domingo, 26 de abril de 2009

As Cores do Desejo


Um rodízio de sensações este por do sol
Com tons quentes e suaves, como a brisa.
É uma tela real que inveja qualquer artista
Adornada com os salpicos brilhantes no mar…

A lua chama o luar com teimosia
E ele vai aparecendo timidamente...
Na areia dois seres desfrutam-se
Exploram todos os recantos de magia
Vivendo aquela loucura, saboreando o momento…





O sol marcara encontro para amanha
E a lua presente, dava uma luz ambiente
Num lindo cenário romântico,
O areal é a cama de todos os prazeres,
As ondas são como um lençol que teima destapar
E criam um som de fundo gravado na paixão
E as estrelas são testemunhas do amor ardente
Desta intensidade de sentimentos
Numa mistura de cores e movimentos
Onde dois amantes se perderam entre si
Esses dois amantes que se eternizaram mesmo ali…

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Lado B do Sonho


Não consegui cruzar o nosso olhar
Com medo do desejo flagrante
Queria tanto te beijar…
Mas acho que ficavas ofegante

Não consegui sequer te tocar
No nosso encontro de estreia
Tinha as mãos trémulas a suar
Por ver tão bela sereia

Não consegui abrir os braços
Só pensava nos teus lindos cabelos
As nossas mãos seriam como laços
E dai saiam poemas tão belos

Não conseguia te deixar
Com tanta coisa por dizer
Mas no momento de falar
Não soube o que fazer

Não conseguia me despedir
Pois de ti logo gostei
Agora não adianta fugir
Que no meu coração te aconcheguei

Não consigo te esquecer
Por pensar que te perdi
Nesta noite que não te amei
Neste sonho que não sorri…

terça-feira, 21 de abril de 2009

Desespero



Sou fácil de esquecer
Sou fácil de deixar
Arrependo-me das escolhas
Arrependo-me do que escrevo
Arrependo-me de mim
Não tenho nada
Não me lembro de nada
Não há recordações
Só tenho sofrimento
Só sinto dor
Tenho falta dos que foram
Tenho falta dos que amo
Dou montes de solidão
Dou montes de perdão
Quero fugir
Quero desaparecer
Sinto-me só
Sinto-me fechado
Dou voltas a cabeça
Dou voltas na cama
Trabalho horas a fio
Trabalho pra nada
Dou tudo o que tenho
Não recebo o que dou
Riem de mim
Falam de mim
Aproveitam-se de mim
Farto-me de tudo
Farto-me da vida que tenho
Tenho lágrimas que doem
Tenho lágrimas que pesam
Estou perdido num vazio
Vivo num vazio
Vivo nem sei porquê
Vivo só por ti…
Meu Milésimo
O que saiu num minuto de desespero...

sábado, 18 de abril de 2009

E se morressemos amanhã...


Havia aqueles que vagueavam ao vento
Com as lágrimas na face... de raspão.
Outros fechavam-se em cofres de sofrimento
Tentando encontrar um segredo, uma razão.

Alguém fugiria da marca traçada?
Ou morreriam para nascer noutra vida...
Muitos gritavam de plena agonia
A pedir outra noite... outro dia...

Eu fechava os olhos para não ver a dor,
Abria os braços para alcançar o amor,
Corria a favor do sol para um minuto ganhar
Parava as ondas para não ver o luar...
Saltava montanhas para chegar a Deus,
Caia na hora do meu ultimo adeus

Procurava uma fonte para um desejo pedir
Encontrava a água de lágrimas caidas por mim
Pedia perdão da minha vida fugir
E toda a minha alegria a chegar ao fim...

E se morressemos amanha...
Contava todos os meus defeitos perfeitos,
Cantava os meus temas eleitos...
Mostrava toda a minha ira avolumada
Pela minha alma ferida e rasgada,
Em ódios e sede de vingança
Pois perdia toda a esperança...

Reflectia na calmaria de uma paisagem
Escolhia onde haveria de morar
Fechava os olhos a pensar numa imagem
Num sonho que amanha vai acabar...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O leve toque de um anjo…




Pensei em desistir de escrever o meu existir
Mas a força que ganhei no punho
Vinda do teu precioso testemunho
Encoraja-me a desistir de pensar em desistir
E alimenta o meu ego que insistia em fugir.

Ao dar a minha escrita… o meu sangue em palavras
Dei por mim a reagir e a doar partes do meu coração
Tão pequeno que é… Tão teu que é…
E dele saem as palavras que escrevo nas tuas asas
Pois sei que as espalharás no ar, no mar… ao luar…

As palavras que escrevo aqui em direcção a ti
Vão-se soltar como pombos para voar contigo
E pousar no teu cantinho…
Para te ajudar a reconstruir um castelo
Ou seguir o caminho amarelo
Mas nunca iras só e triste
Pois lutarei a teu lado de espada em riste
Em favor da amizade e da poesia
Rodeados de amigos e alegria

O teu leve toque perfuma a imaginação
Abrilhanta o teu poder de escrita,
Mesmo quando alguém grita
O teu poema soa como canção.
Obrigado meu anjo
Por tocares o meu coração…

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O teu olhar disse-me...


Sonho encontrar-me feliz… mas não o sou ao acordar
Como pode alguém ler os meus olhos?
Decifrar os códigos do meu olhar?
Sobre a terra… sobre o mar…

Poderá alguém amar como amo?
Chorar como choro e sofrer comigo?
Rir com o que faço e digo?
Oferecer-me flores num ramo?

Alguém me deixa rever os que perdi?
Nem que seja por um segundo…
Para sarar o golpe profundo.
Gostava tanto de lhes tocar…
Para dar prova de os amar…

Alguém saberá ler o que escrevi?
E entenderá o que transmiti?
Nos meus olhos vêem a fraqueza que tenho
E a força com que me contenho

A minha tristeza sem lágrimas no olhar
A minha alegria sem sorriso no questionar
A dor que tenho vê-se lá no fundo
São rasgos no peito… tão profundo…


Mas mais profundo que o meu olhar
É tudo aquilo que vejo com os meus olhos,
Todos os olhares que cruzam com o meu
E saber que sou importante para alguém
Saber que o meu olhar dá muito mas espera algo
Mas ainda não sabe o quê
E talvez jamais saberá…

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Poemeiro, arvore dos poetas


O que pontifica na caneta advém do mais íntimo,
Do ínfimo pormenor do pensamento
Transposto por uma mão… o seu deslumbramento,
Pelo existente relacionamento
Entre os dedos e o subconsciente.
E o poema é o seu transcendente.

Perante esta definição, impõe-se uma razão.
Para que é um poema publicitado?
A que serve a vulgarização e a sua divulgação?
Alimentar um ego que julgo propositado.

O que penso de um poema…
É o fruto de desabafos caídos num chão de palavras
Ou colhidos numa arvore de interioridades,
Num campo neutro sem pátria.
Poema não é concebido por interesse,
É dado a troco de nada, oferecido por amizade.

Poemas,
Aqueles que saíram da minha arvore
Feitos por amor a um filho,
Por amizade, saudade e verdade,
Alguns são gritos escritos pelo âmago
Por consequente, presenteio os que me são semelhantes…

O que criei aqui é teu e meu
E sei que compreenderás,
Decerto será o motivo por ter poucos amigos
Por dar a minha arvore a ti e não propagar.
E ao reflectir no mais profundo
Sei que são poucos amigos mas bons.
Os melhores do mundo…

Dedicado com muito carinho aos meus amigos que visitam o Milésimo, pra vocês este blog existirá e estarei sempre presente.